O comboio anuncia a sua chegada, o som que se intensifica a cada segundo deixa adivinhar que está próximo o momento em que várias famílias vão, finalmente, voltar a ser família.
Entre eles, uma jovem mulher que viu o seu marido partir para a guerra. Tinha passado demasiado tempo desde que a última vez que o viu e os breves minutos que faltavam para o reencontrar parecia que nunca mais chegavam ao fim.
Os dias foram passando, depois os meses e por último os anos em que os recém-casados vivam longe um do outro. A angústia de viverem na incerteza de como o amado estava era enorme e as notícias eram escassas e tão demoradas que não aliviava a preocupação que sentiam.
O comboio está a chegar, a velocidade começa a diminuir até parar. As portas abriram-se e um a um os passageiros vão descendo e procurando aqueles que tão pacientemente os aguardam.
Por entre os viajantes surge um jovem militar procurando a sua amada. Os olhares que se cruzam denunciam o amor que ainda sentem, mesmo depois de tanto tempo separados. A vontade de se verem, tocar, sentir é tanta que começam a correr, sem nada mais importar. Os braços entrelaçaram-se num abraço sentido e os lábios, finalmente, sentiram o toque um do outro. E todo o tempo que lhe fora retirado para viverem o seu amor tinha assim sido esquecido e toda a distância que os tinha separado já não existia mais.
A mala abandonada pelo jovem militar carrega muito mais de os seus pertences. Carrega a certeza que o amor vence tudo, até a guerra, carrega a certeza que no amor não há distância que o separe ou tempo que o apague. Na mala transporta ainda o maior presente para a sua amada: uma nova esperança.
Ainda não tinha partilhado este texto para o Escrevinhar(te). O que acharam?
Adorei o texto! Lembrou-me imenso os filmes sobre guerras e afins. É pena teres saído do desafio. Estás a escrever cada vez melhor. Beijinhos
Obrigada! <3
Há mais oportunidades 😉
Beijinhos